BELPHEGOR & NARGAROTH em Fortaleza/CE.
No dia 03 de março de 2018
Local: Teatro do Boca Rica
Existem momentos na nossa vida que
somos preenchidos por sentimentos de nostalgia. Ainda mais quando temos o
prazer de reviver, mesmo que idealmente, o velho sentimento underground dos
anos 90. Foi assim, que começou o primeiro final de semana de março para os
blackmetallers de Fortaleza, pois pela primeira vez pisou em terras alencarinas
a entidade maligna germânica, Nargaroth, em companhia da monstruosidade
austríaca, o Belphegor.
Confesso que tinha grande expectativa
para o show do Nargaroth, por ser uma banda de grande qualidade, mas que não
vem ao nosso país com muita frequência. Todas as expectativas foram supridas.
Quando Ash subiu ao palco, acompanhado de seu parceiro Beliath e do guitarrista
e o baterista da banda banda polonesa Hate, sentimos um grande peso, pela
imponência dos músicos no palco. Após uma “intro” com sons de tambores, veio a
sequencia “The Agony of a Dying Phoenix”, “Whither Goest Thou” e “Conjuction
Underneath the Alpha Wheel”, faixas do mais novo trabalho da banda “Era of
Threnody” de 2017.
A qualidade do som estava perfeita,
assim como a iluminação do palco, que contribuíam para construir uma atmosfera
densa. O guitarrista Beliath, apesar de introspectivo, agitou bastante em cada
música e jogou varias palhetas para o público. Ash também se mostrou satisfeito
com os presente e deixou o público escolher a próxima música. A escolhida foi a
clássica “Seven Tears are Flowing to the River”, Ash interpreta cada passagem
poética da música dando uma outra dimensão a canção. Na sequencia vem mais dois
clássicos “Black Metal ist Krieg” e “Possessed by Black Fucking Metal”, que são
cantas em coro pelos presentes. Para finalizar a apresentação, o excelente
cover de “War”, do Burzum. Sem mais, a banda deixa o palco, sobre sons de tambores, alguns esperaram a volta, mas não ocorreu.
Alguns minutos depois o palco começa a
ser montado para o ritual satânico da banda Belphegor. A banda já é conhecida
dos bangers locais, mas a expectativa é a mesma. Dessa vez a banda vem
divulgando seu novo álbum “TotenRitual” de 2017. Já com o palco transformado em
altar, deixando à vista as caveiras de bode e humanas que compunham o altar da cerimônia maligna, muitos gritos ecoaram pelo lugar. "Belphegor",
"Belphegor", "Belphegor", gritavam os presentes enquanto
soava a intro e o quarteto austríaco formado por Helmuth (guitarra/vocal),
Serpenth (baixo) e complementado por Molokh
na outra guitarra e Bloodhammer (bateria) preparava a consagração maligna.
O ritual começa com “Sactus Diaboli Confidimus”, seguida de um dois novos sons,
“Totenkult - Exegesis of Deterioration” e “The Devil’s Son”.
A cada passagem de musica, Helmuth,
introduzia a próxima com citações em latim. O foco principal foi mesmo a
divulgação do novo álbum, faixas como “Baphomet” e TotenRitual”, fora as já
citadas se mostram mais brutais ao vivo. Infelizmente os álbuns mais antigos
não foram prestigiados, ficando o repertorio de “Lucifer Incestus” em diante.
Após o enceramento com “TotenRitual” ainda houve tempo para um bis, com a já
clássica “Diaboli Virtus In Lumbar Est”. Helmuth é um grande frontman, fora sua
presença de palco, interage com os fãs, inclusive falando algumas palavras em
português. No final distribui palhetas e o set list do show.
A pontualidade, a organização e a qualidade sonora são
dignas de nota. Previsto para ter iniciar as 20h00, não houve grandes atrasos e
a banda subiu no palco, próximo do horário previsto. E o enceramento foi às
23h00, facilitando a volta pra casa. Alguns dos presentes vieram do Rio Grande
do Norte, o que tornou o show uma grande reunião de antigos e novo black
bangers. Parabéns a organização e que tenha mais celebrações como esta.
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